Petrópolis é o único município da Região Serrana a ser credenciado para receber os inibidores de protease para tratamento dos pacientes crônicos da Hepatite C. O credenciamento pela Câmara Técnica de Hepatites do Estado ocorreu no início do outubro, após o enquadramento do município nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
“Fomos atendendo passo a passo todas as exigências da Nota Técnica nº 01/2013 do Ministério da Saúde que estabelece o fluxo para dispensa dos inibidores da protease para tratamento da Hepatite C crônica no SUS. Entre elas está a composição mínima da equipe capacitada e ter local adequado”, explicou a coordenadora doPrograma Municipal de DST/AIDS/ Hepatites Virais, Maria Inês Ferreira.
A primeira supervisão do serviço realizado pelo Programa Municipal de DST/AIDS/ Hepatites Virais ocorreu em julho deste ano e a única exigência foi a instalação de um computador com internet na sala de dispensa de medicamentos. “Prontamente atendemos a essa exigência e após esse cumprimento o nosso serviço foi cadastrado no Ministério da Saúde”, disse Maria Inês.
Para serem incluídos no programa, os pacientes portadores crônicos da Hepatite C são avaliados pelo médico (seja da rede pública ou privada) e caso se enquadrem nos critérios técnicos para tratamento com inibidores da protease, será feita a solicitação à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Após avaliação da Câmara Técnica de Hepatites do Estado, sendo aprovados os critérios, o medicamento será disponibilizado para o município para o tratamento assistido e rigorosamente monitorado.
Inicialmente, o tratamento será aplicado em três pacientes, que até o mês de novembro devem começar a receber os medicamentos. Além destes, dois outros pacientes estão em fase de avaliação laboratorial para análise dos critérios, totalizando assim cinco pessoas a iniciarem o novo tratamento ainda em 2013.
“Quero parabenizar e apoiar o Programa de DST/Aids e Hepatites Virais de Petrópolis. Das cidades da região, aqui é a única a prestar o tratamento assistido, que consiste no acompanhamento médico e na dispensa de medicamentos”, elogiou a coordenadora estadual do programa de hepatites virais, Clarice Gdalevici.
A adoção das novas drogas no tratamento de casos graves permitirá dobrar as chances de um paciente se curar. De acordo com dados do Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites Virais nos últimos três anos (2010 a 2012) foram notificados 273 casos de sorologia positiva para hepatite C (sendo 62,5% de infecção crônica e 37,5% cicatriz sorológica ou descartados), ou seja, apenas nesse período cerca de 170 pessoas descobriram estarem infectadas e iniciaram tratamento. O percentual estimado da população que tem ou já teve hepatite C no Brasil (prevalência) é de 1,38%, ou seja, em Petrópolis é de cerca 4.000 pessoas (considerando uma população de cerca de 300.000 habitantes).