Cerca de 300 pessoas participaram do I Encontro de Conscientização sobre Doença Falciforme promovido pela Prefeitura de Petrópolis, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim) e Secretaria de Saúde. O evento que foi realizado no auditório da Fase e teve como objetivo esclarecer a população sobre a enfermidade, que é hereditária e se caracteriza pela alteração nos glóbulos vermelhos do sangue, causando uma série de sintomas.
A conferência contou com a participação de médicos especialistas em hematologia, profissionais da Secretaria de Saúde, portadores da doença e suas famílias, além de estudantes da área. A ideia da realização do encontrou surgiu dentro das reuniões do Comdim, onde foram relatadas as dificuldades dos familiares no acesso à informação, tratamento e cuidados com a doença.
O prefeito Rubens Bomtempo destacou a importância do evento, principalmente para os profissionais de saúde, para que se construa uma política de cuidados e de atendimento. “É preciso que esses pacientes sintam-se atendidos dentro da rede. Acredito que após a realização desse encontro vamos sair fortalecidos, com uma proposta de construção do diálogo e no próximo encontro teremos uma melhora no atendimento desses pacientes além de um melhor entendimento da doença”, ressaltou.
“Através dos conselhos podemos mudar muitas coisas em uma cidade. E o Comdim, com essa iniciativa, mostra que é possível gerir ações de políticas públicas”, destacou a chefe de gabinete e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Luciane Bomtempo.
A médica hematologista, professora da Fase e responsável técnica substituta pela Agência Transfusional do Hospital Alcides Carneiro (HAC), Carla André Ferreira, falou sobre a história da doença, os estigmas, as complicações e avanços. “Com as mudanças da medicina, a realidade também mudou muito. Hoje em dia, a expectativa de vida aumentou bastante, assim como a qualidade de vida dos pacientes”, disse a médica.
O evento também foi dedicado aos familiares dos pacientes que relataram as dificuldades no tratamento e a falta de informação da doença. Os relatos foram emocionados e comoveram a platéia. Entre eles o da Guarda Civil, Claudia da Conceição, mãe de um rapaz de 22 anos portador da doença falciforme. “Tive mais vitórias do que derrotas. Quando ele nasceu não havia tratamento e nem informações sobre a doença. Foram momentos difíceis”, disse.
Durante o encontro também foi divulgado o novo serviço de atendimento às crianças – com menor risco – portadoras da doença falciforme no Instituto da Mulher, da Criança e do Adolescente (antigo Centro de Saúde). As consultas começaram há um mês e vão dar um suporte ao tratamento realizado no Hemorio. “É um marco o início desse serviço no município”, ressaltou o secretário de saúde, André Pombo.
Também participaram do evento o diretor da Fase, o médico Paulo César Guimarães, a coordenadora dos cursos da Fase, Claudia Martins Vasconcelos, o vereador e presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Silmar Fortes e o médico hematologista, Paulo Ivo Cortez de Araújo.