Uma grande tenda foi colocada defronte ao Horto para que artesãos convidados pudessem expor seus produtos, em comemoração à data. Além disso, um parquinho está sendo construído para entreter as crianças que vão fazer a feira com a família. Outra novidade é a coleta seletiva, que passará a fazer parte do dia-a-dia dos produtores. A iniciativa, em parceria com a Ampla, visa separar os materiais passíveis de reciclagem, que serão destinados a cooperativas, do lixo verde, que se transformará em adubo orgânico.
As vendas no Hortomercado garantem o sustento de 150 pessoas, de 60 famílias dos cinco distritos de Petrópolis. 70% dos produtos comercializados são produzidos na própria cidade, movimentando cerca de R$ 500 mil por mês. Passam por lá, em média, 10.000 pessoas por final de semana.
O produtor rural Luiz Cunha, que vende hortaliças desde a inauguração do Hortomercado, garante que o local é mais do que o ponto de trabalho. “Aqui, os produtores vivem num clima familiar. Fiz amigos e clientes que todas as semanas vêm comprar comigo. Isso é muito gratificante”, contou. “Criamos nossos filhos com a venda que fazemos no Horto. Esse local tem um significado muito especial para nós”, completou a esposa, Hilda da Cunha.
O secretário de Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Agricultura, Leonardo Faver, destacou a importância do Horto. “Somos o quinto colocado em produção de hortaliças do Estado e o terceiro em produção de flores e esses produtos, além de serem vendidos para fora, são escoados aqui mesmo no município. Esse espaço é símbolo da produção agrícola de Petrópolis, que há 23 anos vem se destacando não só pela qualidade dos produtos oferecidos, mas também pelo excelente ambiente, além do clima agradável que os clientes encontram aqui”, ressaltou Leonardo.
Projeto Pão e Rosa
As participantes do projeto Pão e Rosa, do Vale do Cuiabá, comemoram o convite para o aniversário do Horto. Pela primeira vez elas puderam comercializar os pães, bolos, broas e artesanatos que estão aprendendo nos cursos de padaria, confeitaria, patchwork e encadernação oferecidos pelo projeto. O resultado foi positivo, já que no primeiro dia elas tiveram ofertas para o fornecimento de seus produtos para outras barracas do Horto.
“Estamos muito felizes, porque, além de significar uma fonte de renda para as 14 pessoas que fazem parte do grupo, também é uma forma de recomeço depois de tudo o que passamos no Vale do Cuiabá. Estamos agarrando essa oportunidade com unhas e dentes e vamos dar prosseguimento a tudo que aprendemos nas aulas”, declarou Ângela Barino, uma das alunas do curso.
Logo após a tragédia de janeiro de 2011, a atriz Gisele Fraga, por intermédio da deputada federal Benedita da Silva, fez uma doação às vítimas das chuvas no valor de R$ 25 mil, que se transformou em uma série de equipamentos que hoje compõem a panificação da Casa Pão e Rosas. Amassadeira, prensa, estufa, forno, modeladora, balança de precisão, batedeira industrial, freezer, fogão industrial e geladeira foram alguns dos itens adquiridos por intermédio da doação recebida pela prefeitura.
A residência foi nomeada como Casa Pão e Rosas em homenagem às operárias norte-americanas de uma fábrica têxtil em Massachusetts, que, no começo do século XX, protagonizaram uma importante greve na luta pelos seus direitos e levavam como bandeira “o direito ao pão, mas também às rosas” - o pão representando não apenas a comida, mas condições necessárias para viver, e, as rosas, o direito à cultura, à arte, o lazer e à possibilidade de se desenvolver plenamente enquanto mulheres.